FIGG de 2021 desenrola-se online com Margarita Escarpa no concerto de abertura.
Capaz de unir sensibilidade e inteligência numa só performance, a guitarrista espanhola é uma das figuras de um cartaz que, além de concertos, terá masterclasses, concurso e conferências. A sétima edição será quase toda transmitida por via digital. A 7.ª edição do Festival Internacional de Guitarra de Guimarães (FIGG) começa a 05 de julho, com a atuação de Margarita Escarpa (Espanha), e estende-se até dezembro, num formato quase inteiramente online. Reconhecida pela crítica como uma das grandes intérpretes de guitarra clássica da atualidade, a instrumentista madrilena trabalhou ao longo da carreira com performers como David Russell, vencedor de um Grammy em 2005 como melhor solista instrumental em música clássica, e ganhou concursos internacionais como o da Guitar Foundation of America, um dos dois mais importantes a nível mundial, em 1994. Aos 56 anos, a artista já gravou pelo menos quatro álbuns desde 1991 e dá aulas no país onde nasceu e reside. O concerto é transmitido a partir das 19h00, por streaming, a partir de uma plataforma digital criada para o festival. Margarita Escarpa é a primeira de uma série de artistas renomados que integra o cartaz de 2021.
Há, desde logo, regressos como os de Dejan Ivanovich, solista nascido na Bósnia e Herzegovina ligado à Universidade de Évora, que já venceu, por exemplo, o prestigiado Certamen Internacional de Guitarra Francisco Tárrega, em Benicasim (Espanha).
Há ainda vários nomes emergentes do panorama internacional: Cheng Shi (China), François-Xavier Dangremont (França), Kevin Loh (Singapura) e Álvaro Miranda (Costa Rica), artistas reconhecidos pela Eurostrings, plataforma que reúne 18 festivais de guitarra clássica do continente, incluindo o de Guimarães, o único português. Já o francês Louison Petit vai atuar como vencedor do 6.º Concurso Internacional de Guitarra “Cidade de Guimarães” na categoria F (sénior), decorrido em 2019. Também há nomes lusos em emergência: Tiago Cassola e Eduardo Baltar Soares, que vão atuar em dueto, com uma guitarra clássica e uma guitarra portuguesa. Os artistas vão homenagear a música portuguesa, particularmente Carlos Paredes, com o concerto No labirinto de Paredes.
Realce ainda para o concerto dos Solistas da Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins, denominado Músicas do Mundo – A viagem de circum-navegação. A atuação inclui dois bandolins, uma bandola, duas guitarras clássicas e um contrabaixo. Sediada em Rio Tinto desde 2010, a OPGB já encheu, por exemplo, a Casa da Música. Com a emigração para o online, a 7.ª edição do festival vai-se repartir por três palcos:
o FIGG, que recebe, por exemplo, Margarita Escarpa, o Eurostrings, que vai exibir atividades relacionadas com a plataforma, e o “Remember”. Esse terceiro palco destina-se a iniciativas de edições anteriores, como o concerto do duo Kontaxakis- Ivanovich e as conferências “Música como janela para o cérebro”, do neurocientista vimaranense Tiago Gil Oliveira, e “Descascando a guitarra mágica de Eurico Cebolo”, de Aires Pinheiro. Através da presença online, o festival promete chegar a mais pessoas e nacionalidades, permitindo a participação de músicos que normalmente não teriam possibilidades financeiras para estarem fisicamente em Guimarães. Na edição de 2021, haverá ainda cinco novas conferências que exploram a multidisciplinaridade da música, a relação música e mente, a aprendizagem musical ou a própria história da construção de instrumentos musicais em Guimarães: além de Tiago Cassola e de Eduardo Baltar Soares, dois dos performers deste ano, serão oradores Beatriz Ilari, Mafalda Sousela e Ricardo Barceló, guitarrista ibero-americano que é presença assídua no FIGG. Beatriz Ilari apresenta-nos descobertas recentes sobre a aprendizagem musical e desenvolvimento humano, resultantes de um estudo realizado com crianças de um programa orquestral de Los Angeles. Este estudo contou ainda com a participação de renomados investigadores como António Damásio e Hanna Damásio e é assinado pelo Brain and Creativity Institute da Universidade do Sul da Califórnia. Já Mafalda Sousela apresenta-nos o alcance da música na mente numa perspetiva psicodinâmica, com “Let It Be”, uma janela para a mente do compositor e do ouvinte”, enquanto Barceló vai falar sobre o ensino de guitarra nos finais do século XVIII, com Gatayes e Sor: professores de guitarra em escolas para jovens damas em Paris?. Para outubro, estão agendadas talks no âmbito da Eurostrings.
Masterclasses e concurso internacional de regresso
As masterclasses e o Concurso Internacional de Guitarra “Cidade de Guimarães” também estão de regresso. As masterclasses – aulas para alunos do ensino artístico especializado – estarão a cargo da dupla Margarita Escarpa e Dejan Ivanovich, bem como dos artistas Eurostrings – Álvaro Miranda, Cheng Shi, François-Xavier Dangremont e Kevin Loh. Já o concurso está agendado para dezembro, em formato totalmente digital. Membro da Eurostrings, iniciativa criada em 2017 com o apoio do programa Europa Criativa, da União Europeia, o FIGG é organizado pela Sociedade Musical de Guimarães, tendo direção artística de Nuno Cachada. Tem ainda o apoio da Câmara Municipal de Guimarães.
Facebook:https://www.facebook.com/figg2021